Outonos

(imagem do google) 
Sou folha que cai 
a cada novo chão de outono. 
Sou gemido que sai, 
me invade, levando-me o sono. 

E  caio... Assim, lentamente... 
contorcidamente,  em direção ao chão. 
Num amarelecer de gente
que rodopia pela vida sem razão. 

Sou folha que vai, triste condição, 
perder a cor, escurecer. 
Ignorada, largada pelo chão, 
à espera de apodrecer. 
E o amarelo, dourada ilusão, 
fez parte do processo de dissolução. 

Sou aquela folha esquecida
numa página que se virou, 
com uma mensagem perdida
no livro que se encerrou. 
                                 Célia Gil 




1 Comentarios

  1. Lindo,Célia e por aí quase chegando novo OUTONO , mais um das vidas...Que seja lindo! bjs, chica

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