Mar de contrastes

Há palavras que sabem a mar,
pesadas, salgadas,
mas aroma gustativo que sabe bailar
e envolver como onda de espuma
a refrescar e a fazer sonhar.

E há palavras que sabem a(mar),
que invadem com o cheiro a mar,
fazem sentir na pele as gotículas do mar,
permitem-nos escutar o som do mar...

E quando essas palavras se juntam,
contam histórias de encantar.
E quando se juntam tragicamente,
contam histórias em que morre gente.

O mar que embala a alma que repousa,
é o mesmo que estala e ousa
pôr em perigo a vida de tanta gente.

O mar que dá vida a uma alma perdida
é o mesmo que lhe suga e lhe tira a vida.

Sítio escolhido para o amor,
local eleito para a dor.

Mas que é sepultura de quem morre sem querer,
mas que é sepultura de quem o escolhe para morrer.

É o mesmo mar que é pintura, literatura,
sonho, cultura, ternura...
Imensidão!
                                      Célia Gil

3 Comentarios

  1. Que maravilha,Célia! E realmente há um mar de contrastes...Tantas coisas acontecem nesse mesmo e grande mar. LINDO! beijos,ótima semana,chica

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  2. Olá Célia!! Boa tarde!!!

    Palavras de vida e de morte... depende da intenção... se é amar vale e fica lindo como sua poesia.

    Beijos!!

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  3. Célia, são as dicotomias do cotidiano... mas o mar é sempre sábio e inspirador.
    Beijinhos...

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